- Eu quero ficar sozinha! – gritou ela, pouco antes de bater a porta da cozinha e atropelar os degraus da escada sem direção alguma.
O motivo tinha sido mais uma futilidadezinha qualquer, que ganhou mais importância do que merecia. Uma frase mal pontuada, um silêncio inoportuno e uma palavra dita no momento errado. Às vezes, nós não escolhemos ficar chateado com alguma situação, isso é algo espontâneo. Naquele momento, ela precisava de um tempo só dela, para respirar um ar diferente e caminhar por praças floridas permitindo o pensamento voar longe. Ela queria chorar sozinha, chorar as lágrimas que tinham direito de ser apenas dela e ninguém mais.
Ele ficou estático no meio da cozinha, entre o balcão e a mesa de madeira. Quando recobrou a consciência, em alto e bom tom e esmurrou a porta do armário. Reações diferentes, mas nem por isso a dor era diferente. Ele caminhou em círculos tentando reformular todo o diálogo e encontrar a palavra-chave que desencadeou a discussão. Nada feito. Depois de observar o telefone por vinte minutos, decidindo se deveria ligar ou não, ele optou por deixá-la sozinha, como ela queria. Talvez mais tarde ele se arrependesse por sempre cumprir religiosamente a mesma rotina, sem surpresas ou contradições, que fazia cada declaração balbuciada nos últimos dias soar como perfeito clichê.
Ela escolheu um banco no centro da praça, de onde conseguia enxergar o pôr-do-sol e as crianças brincando nos balanços. Sentou e ficou durante um bom tempo remoendo o passado que nunca havia abandonado. Quantas vezes consentiu com afirmações que não lhe agradavam nem um pouco, apenas por medo de desentendimentos como aquele. Incontáveis vezes a sua própria vontade foi estraçalhada por conveniências, até que todas as expressões e desabafos contidos, que só foram compartilhados com o espelho, começaram a sufocar. Ela foi resgatada de seu íntimo e profundo momento por uma bola, dessas de plástico, que bateu em seu pé esquerdo. Seus olhos voltaram toda a atenção para um vestidinho rosa e uns fiapos de cabelo loiro que se emolduravam em um rostinho angelical.
Ele teve vontade de chorar, no fundo ele sabia que sim. Mas aí ele lembrou que chorar não é coisa de macho, homem que é homem não fica choramingando. Acabou se convencendo com seu próprio machismo. Ele se esparramou no sofá da sala e ficou observando a porta da cozinha. Era a primeira briga, ele a amava e não sabia como reagir. Começou a lembrar dos tempos de solteiro em que não existiam discussões e frases mal interpretadas. Lembrou também que não existia amor, carinho, respeito mútuo e reciprocidade. Tudo parecia mais simples: festa com os amigos, cerveja, futebol, uma mulher por noite e nenhuma satisfação no dia seguinte. Namoro pode até ser mais complexo, mas não existiu paixão de uma noite que trouxe a satisfação pessoal e a felicidade que ele só encontrou naqueles olhos esverdeados da moreninha que era só dele.
Ela decidiu voltar para casa. Ele ficou parado na janela.
Assim que ouviu ela se aproximar, ele abriu a porta. Ela subiu os degraus olhando para o chão, como se não soubesse o que dizer. Nenhum dos dois sabia, na verdade. Tanto que não foi preciso palavra alguma. Ela entrou, ele fechou a porta. Os dois se olharam por alguns segundos e por aquele olhar eles se disseram tudo. Ele a puxou com força e a beijou como se aquele fosse o último beijo da vida deles. Ela retribuiu.
B.F.♥
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Banheiro Feminino
Hoje, decidi abrir espaço para falar sobre um lugar que é um verdadeiro enigma da humanidade: o banheiro feminino. Você já deve ter ouvido diversas vezes aquela histórica pergunta: por que as mulheres nunca vão sozinhas ao banheiro? Honestamente, não sei responder.
Acredite: é difícil até mesmo para uma mulher conseguir se entender. Existem alguns detalhes, no mínimo, curiosos, que me fizeram dedicar alguns minutos para falar um pouco sobre esse assunto.
O fato de não gostar de ir sozinha a determinado lugar esconde todo um lado psicológico. Mulher não nasceu para ficar sozinha, salvo raras exceções. Precisamos de companhia, e isso inclui querer uma amiga para nos acompanhar até o toilet. O que poucos sabem é que em 70% dos casos não existe a necessidade fisiológica, a maquiagem borrada ou qualquer fator que exigisse uma passadinha no bathroom. A verdade é que, às vezes, nós precisamos ir ao banheiro para conversar. Sim. Você não leu errado; é conversar mesmo. Às vezes, nos saimos da pista da dança ou da sala de aula porque temos alguma informação importantíssima e inadiável para compartilhar com nossas queridas amigas. E que, obviamente, não pode ser dita na frente das pessoas que nos acompanham.
“Amiga, tenho uma coisa pra te contar! Vamos comigo ao banheiro?”. Perdi a conta de quantas vezes ouvi e fiz isso. Quem vê até pensa que o banheiro feminino tem algum poder sobrenatural capaz de resolver os nossos problemas (bom se fosse!). Seja para comentar que tal pessoa indesejada está no lugar, para desabafar sobre como se sentiu diante de determinada situação, para pedir um conselho. Amigas são pra isso, banheiros femininos também. Aposto que, se as paredes falassem, delas brotariam histórias para todos os gostos. Quantas promessas e segredos ficaram guardados naqueles espelhos! Em muitos casos, bastaria ter apenas um espelho, de preferência bem grande, pois geralmente é apenas disso que nós precisamos em um banheiro feminino. Ah, e a amiga claro.
B.F.♥
Acredite: é difícil até mesmo para uma mulher conseguir se entender. Existem alguns detalhes, no mínimo, curiosos, que me fizeram dedicar alguns minutos para falar um pouco sobre esse assunto.
O fato de não gostar de ir sozinha a determinado lugar esconde todo um lado psicológico. Mulher não nasceu para ficar sozinha, salvo raras exceções. Precisamos de companhia, e isso inclui querer uma amiga para nos acompanhar até o toilet. O que poucos sabem é que em 70% dos casos não existe a necessidade fisiológica, a maquiagem borrada ou qualquer fator que exigisse uma passadinha no bathroom. A verdade é que, às vezes, nós precisamos ir ao banheiro para conversar. Sim. Você não leu errado; é conversar mesmo. Às vezes, nos saimos da pista da dança ou da sala de aula porque temos alguma informação importantíssima e inadiável para compartilhar com nossas queridas amigas. E que, obviamente, não pode ser dita na frente das pessoas que nos acompanham.
“Amiga, tenho uma coisa pra te contar! Vamos comigo ao banheiro?”. Perdi a conta de quantas vezes ouvi e fiz isso. Quem vê até pensa que o banheiro feminino tem algum poder sobrenatural capaz de resolver os nossos problemas (bom se fosse!). Seja para comentar que tal pessoa indesejada está no lugar, para desabafar sobre como se sentiu diante de determinada situação, para pedir um conselho. Amigas são pra isso, banheiros femininos também. Aposto que, se as paredes falassem, delas brotariam histórias para todos os gostos. Quantas promessas e segredos ficaram guardados naqueles espelhos! Em muitos casos, bastaria ter apenas um espelho, de preferência bem grande, pois geralmente é apenas disso que nós precisamos em um banheiro feminino. Ah, e a amiga claro.
B.F.♥
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Eu te amo (?)

Quem realmente sabe o que significa “eu te amo”? Hoje em dia “te amo” virou “bom dia”, uma forma de moeda que se usa para conseguir o que quer... um troco que se dá para compensar um feito. “Te amo” virou “olá”, “oi” ou qualquer coisa cotidiana que se diz sem sequer sentir. Pior que agente sempre cai... vibramos quando ouvimos e neste “ te amo” depositamos todos os nossos sonhos, toda a nossa vontade de ser feliz, de amar e ser amado.Triste porque “te amo” depois e um beijo pode ser facilmente trocado por “mais uma” ou por palhaça, ou ainda por qualquer palavra sem sentido no momento porque é exatamente assim que esta sendo dito o “eu te amo”.
B.F. ♥
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Ainda vai?

Deixa eu te fazer uma pergunta. Umazinha só, eu prometo. Desfaça essa cara de apavorado, isso não combina com você. É coisa simples, não dói nadinha. Você até pode responder enquanto eu faço um cafuné nesse seu cabelo bagunçado e mordisco de leve a sua orelha esquerda. Querido, você ainda vai me amar?
Quando eu estiver em casa de blusa branca e moletom, sem maquiagem e com o cabelo embaraçado preso em um coque. Quando eu acordar mal-humorada, estiver no auge de uma crise de TPM e brigar com você. Quando eu chorar sem motivo algum, lhe fizer um milhão de perguntas e sentir ciúme da sua ex-namorada. Quando eu engordar, ficar chateada por algo que você não disse ou reclamar que você não repara em mim. Quando eu estiver romântica, disser “eu te amo” a cada cinco minutos e lhe pedir para não se afastar de mim. Quando eu estiver selvagem, sentar no seu colo e pedir que você acabe comigo. Quando eu disser que quero sair só com as minhas amigas, quando eu me atrasar ou demorar em escolher uma roupa para sair. Quando eu disser que estou com dor de cabeça, lhe deixar falando sozinho ou não atender as suas ligações. Quando eu disser que estou insegura, que estou com medo e começar a reclamar do meu cabelo. Quando eu lhe passar uma cantada, recusar seu convite em um sábado à noite ou falar bobagens no seu ouvido. Quando eu lamber o seu pescoço, morder o seu lábio e puxar o seu cabelo. Quando eu lhe pedir para não parar e lhe mandar calar a boca. Quando eu lhe contar que gosto de sertanejo universitário e que danço funk até o chão. Quando eu lhe contar que não gosto de política, que como miojo cru e que meu sonho é ser mãe. Quando eu lhe contar que sou extremamente estúpida e que detesto fazer faxina em casa. Quando eu lhe confessar os meus segredos, minhas manias e meus vícios. Quando eu lhe contar que tenho uma caixinha cheia de cartas, que amo sorvete de abacaxi e que falo sozinha. Quando você perceber que eu tenho mania de estalar os dedos, o pescoço e as costas. Quando eu lhe disser palavras feias, arranhar as suas costas e tiver uma crise de loucura.
Viu, eu disse que era simples. Hein meu bem, ainda vai?
B.F. ♥
Quando eu estiver em casa de blusa branca e moletom, sem maquiagem e com o cabelo embaraçado preso em um coque. Quando eu acordar mal-humorada, estiver no auge de uma crise de TPM e brigar com você. Quando eu chorar sem motivo algum, lhe fizer um milhão de perguntas e sentir ciúme da sua ex-namorada. Quando eu engordar, ficar chateada por algo que você não disse ou reclamar que você não repara em mim. Quando eu estiver romântica, disser “eu te amo” a cada cinco minutos e lhe pedir para não se afastar de mim. Quando eu estiver selvagem, sentar no seu colo e pedir que você acabe comigo. Quando eu disser que quero sair só com as minhas amigas, quando eu me atrasar ou demorar em escolher uma roupa para sair. Quando eu disser que estou com dor de cabeça, lhe deixar falando sozinho ou não atender as suas ligações. Quando eu disser que estou insegura, que estou com medo e começar a reclamar do meu cabelo. Quando eu lhe passar uma cantada, recusar seu convite em um sábado à noite ou falar bobagens no seu ouvido. Quando eu lamber o seu pescoço, morder o seu lábio e puxar o seu cabelo. Quando eu lhe pedir para não parar e lhe mandar calar a boca. Quando eu lhe contar que gosto de sertanejo universitário e que danço funk até o chão. Quando eu lhe contar que não gosto de política, que como miojo cru e que meu sonho é ser mãe. Quando eu lhe contar que sou extremamente estúpida e que detesto fazer faxina em casa. Quando eu lhe confessar os meus segredos, minhas manias e meus vícios. Quando eu lhe contar que tenho uma caixinha cheia de cartas, que amo sorvete de abacaxi e que falo sozinha. Quando você perceber que eu tenho mania de estalar os dedos, o pescoço e as costas. Quando eu lhe disser palavras feias, arranhar as suas costas e tiver uma crise de loucura.
Viu, eu disse que era simples. Hein meu bem, ainda vai?
B.F. ♥
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Escolha.
Destinado a você.

Derrubar lágrimas, sufocar a garganta, calar gritos mudos, não vão te ajudar em nada. Existem certas atitudes que devem ser tomadas por serem certas, quem inventou o certo e o errado sabia o que estava fazendo. Tudo tem um jeito, uma solução e um ínicio. Comece de novo, recolha seus pedaços, cabeça erguida e lágrimas extintas. Você não fora irremediavelmente despedaçada!
B.F. ♥
B.F. ♥
sábado, 16 de outubro de 2010
Alivio...
Rotina de qualquer escritor, sendo ele famoso ou oculto; Sentar na frente do computador e esperar a convidada de honra chegar: inspiração. E caso ela demore aponto todos os lápis, confiro se existe papel suficiente na pasta, ando de um lado para outro até que ela vem com tudo geralmente carregada com uma pitada do estado de humor de quem a recebe. E hoje a minha convidada veio cheia de paz, alegria e alivio. Como é bom sair de um sufoco e entrar na paz, como é bom ver que tudo voltou ao lugar. Hoje nenhuma música me faz chorar, hoje eu estou bem. Pensei que nunca diria isso em minha vida, mas o meu sufoco chegou ao fim. Ando sorrindo pelas ruas, qualquer um que me vê, vai perceber a diferença qualquer um que realmente me conhece vai perceber o quão melhor eu me tornei. E como já dizia o poeta, nada é pra sempre, nenhuma dor, nenhum sofrimento. Apenas lembranças e todas elas se tornaram inúteis nenhuma me machuca. Sou vitoriosa, obrigada vida por me ensinar a viver e conviver com tudo isso.
B.F. ♥
B.F. ♥
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Obrigada meu Jesus
Minha vida pertence a Ti.
Sou tua serva Papai, eis-me aqui.
Usa-me conforme Tua vontade.
Te amo Deus. Não sou nada sem o Senhor. ♥
_
Ela perdeu horas de sono e horas pensando e pensando, tentando entender o motivo. Ela sorriu, chorou, sentiu as pernas tremerem e o coração disparar do nada. Ele roubou algo vital. Algo sem o qual ela não conseguia sobreviver. Como se ele fosse uma droga poderosa, ela precisava dele.
(...)
Ela não queria juras de amor eterno, nem a promessa de um amor insaciável. Apenas alguns segundos sozinha com ele, longe de todos os comentários fracassados e a pressão das pessoas ao redor. Apenas uma chance para sentir como é, uma chance para sentir a respiração ofegar e o desejo queimar nas suas veias. Sentir as palavras perderem o sentido e o mundo parar exatamente naquele instante. Talvez seja pedir muito. Talvez seja um preço justo.
B.F.
(...)
Ela não queria juras de amor eterno, nem a promessa de um amor insaciável. Apenas alguns segundos sozinha com ele, longe de todos os comentários fracassados e a pressão das pessoas ao redor. Apenas uma chance para sentir como é, uma chance para sentir a respiração ofegar e o desejo queimar nas suas veias. Sentir as palavras perderem o sentido e o mundo parar exatamente naquele instante. Talvez seja pedir muito. Talvez seja um preço justo.
B.F.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Simples assim... II
- Perdeu a vontade?
- É.
- A então é assim?!
- Assim como?
- Assim, você só faz o que quer!
- O que quero? Você quem começou.
- Sim comecei, mas por algum acaso terminei?
- Não.
- Então posso falar?
- Se quiser.
- Para de ser indiferente, não vou falar nada também.
- Viu quem não quer falar?
- Você não me deixa falar!
- Eu deixo, to te ouvindo até agora.
- Quer saber, deixa pra lá.
- Volta aqui, agora quero saber!
- Agora vai esperar a minha vontade.
- Desculpa, me fala, não vou interromper.
- Tá, vou falar.
- Então Fala!
- Tá.
- Fala!
- To tentando...
- Então fala!
- Para de falar que coisa!
- Tá, eu paro.
- Posso começar então?
- Pode.
- Vou começar...
- Vai logo!
- Então, já fazia um tempo que eu tentava falar...
- Ah, não...
- Lá vem você, o que foi?
- Nada! Dá pra continuar?
- Se parar de ficar falando, que difícil!
- Pronto parei por aqui!
- Você é uma boba mesmo...
- Boba? Boba é quem me chama!
- Ah não, lá vem a criancinha.
- Criança? Tá me chamando de criança?
- To! Por que? É isso que tá parecendo.
- Criança é você que fica enrolando ai.
- To tentando já faz um tempo.
- Então fala! Já cansei dessa brincadeira.
- Como eu tinha dito antes de você interferir...
- Interferir?!
- Fica quieta, por favor.
- Tá!
- Então, como eu estava dizendo...
- Hum...
- Já faz um tempo mas você nunca permite que eu diga, desde o dia em que te conheci,te achei a pessoa mais linda e perfeita desse mundo...
- Eu?!
- Sim, você. Mesmo com todos os seus medos e defeitos, isso te faz ser a menina mais perfeita, meiga que conheço. Te amo.
- Me ama?!
- É.
(Silêncio)
- Por Favor, fala alguma coisa...
- Eu, eu...
(continua)
B.F.
- É.
- A então é assim?!
- Assim como?
- Assim, você só faz o que quer!
- O que quero? Você quem começou.
- Sim comecei, mas por algum acaso terminei?
- Não.
- Então posso falar?
- Se quiser.
- Para de ser indiferente, não vou falar nada também.
- Viu quem não quer falar?
- Você não me deixa falar!
- Eu deixo, to te ouvindo até agora.
- Quer saber, deixa pra lá.
- Volta aqui, agora quero saber!
- Agora vai esperar a minha vontade.
- Desculpa, me fala, não vou interromper.
- Tá, vou falar.
- Então Fala!
- Tá.
- Fala!
- To tentando...
- Então fala!
- Para de falar que coisa!
- Tá, eu paro.
- Posso começar então?
- Pode.
- Vou começar...
- Vai logo!
- Então, já fazia um tempo que eu tentava falar...
- Ah, não...
- Lá vem você, o que foi?
- Nada! Dá pra continuar?
- Se parar de ficar falando, que difícil!
- Pronto parei por aqui!
- Você é uma boba mesmo...
- Boba? Boba é quem me chama!
- Ah não, lá vem a criancinha.
- Criança? Tá me chamando de criança?
- To! Por que? É isso que tá parecendo.
- Criança é você que fica enrolando ai.
- To tentando já faz um tempo.
- Então fala! Já cansei dessa brincadeira.
- Como eu tinha dito antes de você interferir...
- Interferir?!
- Fica quieta, por favor.
- Tá!
- Então, como eu estava dizendo...
- Hum...
- Já faz um tempo mas você nunca permite que eu diga, desde o dia em que te conheci,te achei a pessoa mais linda e perfeita desse mundo...
- Eu?!
- Sim, você. Mesmo com todos os seus medos e defeitos, isso te faz ser a menina mais perfeita, meiga que conheço. Te amo.
- Me ama?!
- É.
(Silêncio)
- Por Favor, fala alguma coisa...
- Eu, eu...
(continua)
B.F.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Sem título.

O teu silêncio me diz coisas que eu não deveria saber. Eu finjo que não me importo, quando, na verdade, eu sinto cada célula ser corroída por um ciúme que não tem direito de ser meu. Eu também tenho meus segredos. E, enquanto isso acontece, tudo que eu posso te dar são meias-verdades. Uma resposta padrão para concordar com o teu "né?!" Então eu me calo, para que o meu silêncio te diga as coisas que você não deveria saber e te diga o que minhas palavras não ousam te contar. Talvez eu me arrependa pelo que disse ou por aquilo que deixei de dizer. Talvez não.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Não volte mais...
E as horas passam os dias, os segundos estranhamente, tudo passa; monotonamente. Ninguém sabe o quanto eu sinto a sua falta, o quanto me tornei dependente de você; de todas as suas manias, dos seus gostos, desgostos, da sua voz, o quanto você me faz falta. A minha dor não pode ser preenchida por ninguém, a não ser você. Volta meu amor? Volta pra mim? Prometo que mudarei minhas manias, meu jeito, mudo meu mundo por você. Diz-me que vai voltar posso esperar anos e anos, mas sempre levarei o sorriso da certeza de sua vinda. Em todos os rostos, tento encontrar o seu, esperando que o teu rumo sem querer passe pelo meu, sinto falta do cheiro que me invadia e me deixava realizada, ás vezes parece que estou sozinha, queria tanto que você voltasse a cada dia eu sinto a mesma dor, a dor que me tira de mim mesma, a vontade que eu sinto de você não vai passar, espero que Deus me devolva você no tempo Dele, ou te tire de mim de uma vez só. Será que alguém poderia arrancar isso tirar com todas as veias e interligações que tenho contigo?! A cada sorriso seu, me faz ter a vontade de te abraçar de te pegar no colo e fazer aquele carinho, de te chamar de neném de novo de fazer com que tudo volte fazer diferente fazer melhor, preciso tanto de você. Volta, por favor, volta; minha dor está me matando. A foto que me dera ainda continua em minha estante, pelo menos é a lembrança de que fora meu; olho para a mesma todos os dias, analisando os lugares em que mais gosto; os seus olhos que se fecha quando sorri, e as mãos que me fazem me sentir definitivamente completa e novamente os olhos que se fecha a cada momento de aflição...
Volte logo, ainda estou a sua espera...
Volte logo, ainda estou a sua espera...
Simples assim...
- Larga esses livros em cima da mesa e senta um pouco aí. Precisamos conversar.
- Conversar? Mas, tipo, conversa séria?
- Séria.
- Ai...
- Que que foi?
- Isso me dá medo!
- Medo, medo de quê? Você nem sabe o que eu vou dizer!
- Eu não preciso saber, o tom da tua voz denuncia qualquer intenção. E entenda, eu tenho medo...
- Aliás, isso é outra coisa que a gente precisa conversar, eu não aguento você medrosa desse jeito. Eu disse que era uma conversa séria. Só isso.
- Só? Desde quando que conversa séria é bom sinal? Aí tem...
- Aí onde? Já tá vendo coisa onde não tem? Eu quero conversar, isso é simples.
- Então não faz esse suspense todo. Fala e pronto.
- Eu estou tentando, mas você não me deixa.
- Claro que deixo, estou aqui ouvindo. Com medo, mas ouvindo.
- Ah, deixa pra lá...
- O quê? Como assim deixa pra lá?
- É, deixa assim. Desisti da conversa.
- Tá louco? Todo esse pânico que você colocou em mim pra terminar sem dizer nada? Não senhor! Vai falando aí...
- Não.
- Ah não?
- Não.
- Por quê?
- Porque não, ora. Perdi a vontade.
- Mas era conversa séria?
- Era, já disse.
- Então, fala logo. Não é justo comigo.
- Tá, tá, eu falo. Mas promete que você vai me ouvir até o fim sem falar nada?
- Ah, já não prometo nada.
- Mas você não quer saber o que é?
- Quero, mas não posso prometer que eu vou ficar quieta. Se o assunto é sério, eu posso querer interferir... E aí?! Como fica?
- Fica quieta, não interfere. É simples.
- Lá vem você com esse papo de simples de novo.... Eu tento não intervir, prometo que tento.
- Não é suficiente.
- Mas o que você quer? Um contrato? Um pacto de sangue?
- O que eu quero é o assunto da conversa séria, mas você não me escuta...
- Tá, não fala então!
- Não?
- Não.
- Mas não estava curiosíssima pra saber?
- Tava.
- Então?
- Perdi a vontade.
(Continua)
B.F.
- Conversar? Mas, tipo, conversa séria?
- Séria.
- Ai...
- Que que foi?
- Isso me dá medo!
- Medo, medo de quê? Você nem sabe o que eu vou dizer!
- Eu não preciso saber, o tom da tua voz denuncia qualquer intenção. E entenda, eu tenho medo...
- Aliás, isso é outra coisa que a gente precisa conversar, eu não aguento você medrosa desse jeito. Eu disse que era uma conversa séria. Só isso.
- Só? Desde quando que conversa séria é bom sinal? Aí tem...
- Aí onde? Já tá vendo coisa onde não tem? Eu quero conversar, isso é simples.
- Então não faz esse suspense todo. Fala e pronto.
- Eu estou tentando, mas você não me deixa.
- Claro que deixo, estou aqui ouvindo. Com medo, mas ouvindo.
- Ah, deixa pra lá...
- O quê? Como assim deixa pra lá?
- É, deixa assim. Desisti da conversa.
- Tá louco? Todo esse pânico que você colocou em mim pra terminar sem dizer nada? Não senhor! Vai falando aí...
- Não.
- Ah não?
- Não.
- Por quê?
- Porque não, ora. Perdi a vontade.
- Mas era conversa séria?
- Era, já disse.
- Então, fala logo. Não é justo comigo.
- Tá, tá, eu falo. Mas promete que você vai me ouvir até o fim sem falar nada?
- Ah, já não prometo nada.
- Mas você não quer saber o que é?
- Quero, mas não posso prometer que eu vou ficar quieta. Se o assunto é sério, eu posso querer interferir... E aí?! Como fica?
- Fica quieta, não interfere. É simples.
- Lá vem você com esse papo de simples de novo.... Eu tento não intervir, prometo que tento.
- Não é suficiente.
- Mas o que você quer? Um contrato? Um pacto de sangue?
- O que eu quero é o assunto da conversa séria, mas você não me escuta...
- Tá, não fala então!
- Não?
- Não.
- Mas não estava curiosíssima pra saber?
- Tava.
- Então?
- Perdi a vontade.
(Continua)
B.F.
_
Estava eu, esperando que a agonia passasse – apenas esperando, que a chama da esperança apagasse – sabia que não iria poder adiar aquela conversa por muito tempo. Foi quando aparecera, no MSN dizendo tudo o que sentira, dizendo tudo o que pensava, abrindo o buraco em meu peito com cada palavra, esmagando cada sentimento que construiu em mim – sem o mínimo de coragem, sem que eu pudesse ao menos ver a sua reação, ver o que passava em seus olhos, lindos olhos, que sempre brilhavam a me ver – a cada palavra, me sentira irremediavelmente despedaçada.
E sentira que a dor não iria passar, até que Ângelo aparecera, para completar – ou não – o vazio que estava em mim...
B.F.
E sentira que a dor não iria passar, até que Ângelo aparecera, para completar – ou não – o vazio que estava em mim...
B.F.
Desisto
Eu desisto. Desisto das palavras a quem eu juro fidelidade e me traem. Desisto da tecnologia que ao invés de aproximar só afasta cada vez mais as pessoas, torna tudo mais frio e suscetível aos erros. Desisto das músicas que já não falam por mim, dos clichês que me corrompem e do meu miserável vocabulário. Estou farta dessas sedes insaciáveis. Cansada dessa sociedade que banalizou os valores que ainda existiam e tornou as pessoas verdadeiros paradoxos ambulantes. Desisto dessas crises de TPM que surgem do nada, dos meus gritos mudos que nunca calam e das lágrimas que despencam sem a minha autorização. Desisto das tentativas frustradas de fazer do jeito certo, como se o errado fosse algo tangível à minha singular existência. Cansei de ler nas entrelinhas, de saborear o gosto amargo das palavras que só surgem como resposta e nunca como surpresa. Desisto de desistir.
B.F.
B.F.
Menos, bem menos...

Eu queria menos. Gostar menos do seu sorriso, do seu cheiro, do seu abraço. Precisar menos de você, dos seus conselhos, da sua companhia. Eu queria menos. Sentir menos arrepios quando você beija meu pescoço, menos frequência cardíaca quando você está perto e menos medo de te perder. Sentir menos vontade, fazer menos planos e, ironicamente, sentir menos euforia. Eu queria menos. Me sentir menos completa, cantar menos, falar menos. Rir menos sozinha, ver menos graça nas coisas comuns, sonhar menos. Eu queria menos. Sentir menos necessidade de que o tempo passe rápido, menos vontade que ele pare. Gostar menos de cada coisa que você faz, das suas caras, do seu sarcasmo. Querer estar menos contigo, sentir menos saudade. Eu queria menos. Sentir menos paixão, menos desejo. Precisar menos das bobagens à toa, dos comentários intelectuais, da presença de espírito. Querer menos os elogios, as críticas, as observações. Gostar menos do seu perfume, dos seus olhos, do seu cabelo. Achar menos graça nas coisas que você diz, nos gestos. Eu queria menos. Acreditar menos que a felicidade tem nome, que o presente faz jus ao nome. Ouvir menos as músicas que me lembram você, criar menos motivos para pensar em você, menos expectativas. Ser menos neurótica, paranóica, apaixonada. Sentir menos frio, menos calor. Eu queria menos. E de tanto querer menos, eu te quero mais.
B.F.
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